Alvina
Nunes Tzovenos, professora e poetisa. Seus poemas prolongam formas
tradicionais, posto que não pretende inovar. Pessoalmente, respeito – e muito –
todo esforço sincero, árduo, para atingir a poesia, seja erudita, seja popular.
Respeito, ainda, o empenho por transmitir a poesia descoberta em linguagem
acessível ao grande público. Ora, Alvina escreve poemas nos quais sua
sensibilidade privilegiada extravasa ternura e solidariedade para com os seres
em geral; seus versos, igualmente, suscitam uma interpelação existencial, que
não pode deixar de comover qualquer
leitor de coração tocável pelo Mistério.
Não
me cabe a tarefa de criticar os poemas de Alvina Nunes Tzovenos, isto é, de
situá-los no conjunto da produção poética rio-grandense e nacional.
Satisfaço-me com descobrir poemas sugestivos no presente livro, que a autora
entrega aos amigos leitores, como “TRANSIÇÕES”, cuja finura de imagens e
melodia me impressionaram.
“Mastigando
raízes de eternidade
adentro-me
pelas colinas dos céus
onde
Deus é meu relógio.
E
buscando sabedoria
não
me torno deserto e nem ausência.
Recolho
em minha solidão
muralhas
de calmaria
sem
gemido de dor ou morte.
Em
meus redemoinhos
viajo
entre cansaços de séculos
adornada
de crisântemos amarelos.
Em
minha ausente juventude
não
há abismos em voragem.
Trigo,
fonte e pombas
ornamentam
minhas varandas.
A
noite ajoelhada soluça
em
seu tapete entre velas.
O
tempo que é túnel
fala
das estações
derramando
chuva de invernos
até
às eternidades.”
ARMINDO TREVISAN
(DR. PROF. E POETA)
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