quinta-feira, 16 de outubro de 2014

PESADELO


Ah! Este mergulho no poço
do meu eu
como se correntes pálidas
me escorregassem entre
paredes e musgos verdes
mais verdes que a esperança
afagada, surda
na escuridão de um fundo
sem águas.
... sem águas quietas
ressonando inquietações
estáticas e trágica
pelo que haverá de chegar...
Ah! Este mergulho no poço
do meu eu
me fascina de imagens
me questiona de silêncio
me ilude de odor
me revira e me rasga em
pedaços como papel;
minha carne sem cor de
carne
porque meus elos grossos
amordaçam...

Agora, retorno desse
injetável pesadelo
sou fera acuada, cega do
instante

Ressurjo para uma nova
chave de enigma
a vida.

Alvina Nunes Tzovenos
Publicado em 'Almanaque Gaúcho'
Zero Hora - 11/04/2014

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