terça-feira, 19 de novembro de 2013

''AO EXPRESSAR-SE''

Dize da vaga incerta
a bailar sem ausências
sobre teu navio incerto
branco de ausências e canções.

Dize das ruas desertas
de tua canção angústia
desse desejo de regressos
desse choro em tuas varandas . . .

Dize da esperança que não espera
quando teu universo é paz
da noite que não desespera
quando a chuva faz compassos
dentro d’alma.

Dize de ti, do tudo
e do mundo, sem submundo
quando raízes exalam aromas
e quando as flores não morrem.

Alvina Nunes Tzovenos
Palavras ao Tempo

terça-feira, 5 de novembro de 2013

''DESTINOS''

E as naves partiram
levando rumos desiguais.


Era noite
e os barcos não vinham.


Havia um regresso de vozes
e um peso de solidão grunhindo no ar.


A manhã custava a se fazer
era um parto demorado
com manchas douradas
que anunciavam um novo ser.


Os campos choravam de bênçãos
e, o ar doce, feria de odores
as narinas da manhã já desperta.


Ouvia-se a vida
no amor das flores, no sabor das cores e no odor
das horas que se assenhoreavam.


. . .  éramos nós que amanhecíamos
. . .  éramos nós que amávamos
amávamos o amor da Vida!



Alvina Nunes Tzovenos
In: Palavras ao Tempo


[Arte de Christian Schloe]