quarta-feira, 3 de julho de 2013

''EM PRECE''



Ha que estender as mãos
para os náufragos
enlouquecidos
sem música na alma
a bailarem na loucura
das madrugadas disformes
das manhãs erradias
sem tardes estivais
como crianças sozinhas
ou barcos sem rumo
como vela que se apaga
lentamente


Há que estender as mãos
para os náufragos
da sorte de uma última primavera
das pétalas que se desfizerem
em penumbra
sem reclamarem.


Há que estender as mãos
para que não haja náufragos.

Alvina Nunes Tzovenos
de 'Palavras ao tempo'


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