Entre
valores falsos de falsos valores
medimos
passos de sombras
tantas
vezes que
nos
deixamos ficar
dentro
da violência da vida
e
ficamos deixando-nos.
Sobre
o ombro da noite
deitamos
nossas esperas
como
um rio negro de vivos-mortos.
Numa
sociedade sem rumo
só
de consumo
navegamos
como gaivotas sem garganta
ou
barco sem narinas
onde
a vida nos sobressalta
entre
o preto-roxo a comungarem.
E
numa procissão de ar severo e triste
espelho
minha bandeira
a
de pão e sangue
entre
domingos plenos de chão.
Choramos
sobre as vidraças da alma
sem
portos, sem faróis, sem redenções
onde
a dor há de nascer e
sempre
brotada do ventre
do
ventre da religião dos dias
incolores,
desiguais.
Alvina Nunes Tzovenos
in Palavras ao tempo
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